O senador Lindbergh Farias, pré-candidato do PT ao governo
do Estado, mudou o tom do discurso durante reunião realizada em Campo Grande,
Zona Oeste do Rio, na noite da última quinta-feira (22) , após se reunir em São
Paulo com o ex-presidente Lula na terça-feira.
Em vez de atacar o PMDB como vinha fazendo nas últimas
semanas, Lindbergh adotou um discurso de avanço ao que foi construído na gestão
de Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão. E lembrou que o mais importante neste
momento é garantir a reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Com o apoio do
PMDB.
"A gente quer o
PMDB com a Dilma. E o Garotinho também (risos). Eles têm que vir mesmo porque
se o nosso governo sair derrotado, será uma derrota para a esquerda mundial. Eu
vou dizer uma coisa que parece exagero, mas não é. Quando a gente ouve a
tucanada lá em Brasília, só falta eles dizerem que tem que aumentar o
desemprego e reduzir salário para o país crescer. Eu sei que parece exagero
meu. E parece mesmo. Mas não é. Eles querem desemprego maior porque assim os
salários ficam menores e as empresas lucram mais. É inacreditável", disse
Lindbergh.
O senador rebateu as críticas da oposição, que acusa o PT de
ter adotado o "discurso do medo", a exemplo do que ocorreu às
vésperas da eleição de Lula, em 2002, quando integrantes do governo tucano
diziam que o país quebraria em caso de uma vitória petista nas urnas.
"Não tem discurso de medo nenhum. A gente não tem medo
do futuro, como eles tinham. Temos medo é do passado. Da volta ao passado.
Disso nós temos medo. É diferente do que eles faziam, quando não acreditavam
que um nordestino com o perfil do Lula pudesse fazer o que fez: governar para o
povo", disse Lindbergh.
Em relação à sucessão estadual, Lindbergh garantiu que a
mudança de tom não se deveu a um pedido de Lula, mas ao que tem ouvido nos
encontros que têm feito com a sociedade civil.
"Houve conquistas, mas precisamos ir além delas. A UPP,
por exemplo, é uma conquista. Mas não pode haver só UPP. Tem que ter a UPP
social, mas isso eles não fazem porque não sabem falar com o povo. Quem faz
isso é o PT'', disse o senador.